Pare de contar calorias: Viver de olho em rótulos não é a melhor forma de emagrecer. Confira 10 dicas que realmente ajudam:
Além de ser uma chatice, somar calorias a cada refeição é, de longe, uma das maneiras mais traiçoeiras de emagrecer. Ao pensar nos alimentos apenas como números, o organismo pode sofrer com a ausência de vários nutrientes importantes.
Essa situação não só coloca a saúde em risco como também torna a dieta impraticável com o passar do tempo, levando à recuperação de todos os quilos perdidos durante a fase da neura com os rótulos.
Por isso, mais importante do que enlouquecer somando calorias aqui e acolá, é reeducar os hábitos alimentares. A seguir, confira 10 dicas para abolir a calculadora mental e, ainda assim, ver o ponteiro da balança cair. Os resultados podem até demorar um pouquinho a aparecer, mas uma coisa é certa: o efeito sanfona ficará no passado.
Dê-se tempo para comer
Quem costuma “engolir” as refeições em pouquíssimos minutos precisa desacelerar, pois esse comportamento é um grande inimigo da boa forma. “Durante a mastigação, os hormônios presentes no estômago enviam para o cérebro a informação de que estamos ficando saciados. Mas, se comemos rapidamente, não dá tempo da mensagem ser transmitida”, explica Heloísa Magalhães, nutricionista do Conselho Regional de Nutricionistas de Minas Gerais.
Para não cair na cilada, preste atenção nos alimentos e mastigue-os com muita calma. Uma boa maneira de evitar os impulsos de pressa é repousar os talheres sobre a mesa a cada garfada. De acordo com a nutricionista mineira, 20 minutos é um bom tempo para realizar as grandes refeições.
Evite banir alimentosPara dar certo, uma dieta equilibrada não pode ser sinônimo de sofrimento. Sendo assim, ninguém precisa extinguir chocolate do cardápio. Basta entender que itens como esse devem ser consumidos com critério e moderação.
De acordo com a nutricionista Solange de Oliveira Saavedra, do Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (MS/SP), “impor muitas restrições a quem quer perder peso poderá levar o processo de emagrecimento ao fracasso. É preciso ter em mente que o emagrecimento deve seguir ‘casado’ com a reeducação alimentar”.
Além de não serem efetivas, dietas radicais prejudicam a saúde. Todos os nutrientes são essenciais ao organismo. Para se ter ideia, é preciso ter um pouco de gordura no corpo para que ele consiga absorver as vitaminas dos grupos A, D, E e K.
Não parcele a refeição
Essa dica é importante principalmente para quem faz as refeições fora de casa, já que os pratos dos restaurantes são bem avantajados. “Para não exagerar, uma boa é abandonar o hábito de comer primeiro a salada. Isso porque na hora de escolher os alimentos quentes fica difícil se contentar com pequenas porções, ainda mais quando há muito espaço vazio no prato!”, diz Heloísa. O ideal, sugere a especialista, é colocar muita salada em um canto do prato e, no outro, as porções limitadas de arroz, feijão, carne, legumes, etc. Assim, tem-se a impressão de que a refeição é robusta, mesmo que a maior parte dela seja composta por ítens leves.
Capriche no café da manhã
Essa é uma das principais refeições do dia e ignorá-la pode resultar em problemas. Um dos mais sérios é a hipoglicemia, quadro caracterizado pela baixa concentração de glicose no sangue. “Essa situação pode gerar fraqueza, tontura e até desmaios”, conta a nutricionista Solange Saavedra.
Além disso, ficar em jejum não é nada benéfico para quem deseja reduzir ou controlar o peso: “Depois de passar a manhã inteira sem comer, a fome é tão grande que se torna difícil selecionar os alimentos com critério nas próximas refeições”, avalia Heloísa.
A fisioterapeuta Laís Cardoso de Oliveira, 23 anos, concorda: “graças ao café da manhã não chego faminta ao almoço e nem passo mal”. Para ela, comer de manhã está bem longe de ser uma obrigação, pois o hábito é cultivado desde criancinha, por influência dos pais.
“Todo dia de manhã como um pão com margarina ou requeijão, queijo branco, uma fruta e tomo suco ou chá. Às vezes, substituo o queijo branco por um iogurte”, descreve a fisioterapeuta. Depois de três horas, quando a fome aparece novamente, Laís investe em uma fruta, um iogurte ou uma fatia de pão com queijo branco, tomate e requeijão.
Entenda a fome e por que ela acontece
Que atire o primeiro garfo quem nunca decidiu repetir a refeição por causa da aparência incrível de um alimento. Pois saiba que isso é gula, e não fome. “Os mecanismos da fome e da saciedade são diferentes e bem complexos. Tudo começa no estômago, que também tem como função regular o apetite. Quando ele fica vazio e libera grelina, um hormônio que atua no cérebro estimulando a sensação de fome. Ao ingerimos alimentos, o estômago se distende e a produção de grelina diminui, levando à saciedade”, descreve Solange Saavedra.
Então, antes de sair devorando tudo o que encontra na cozinha tente lembrar quando foi a última vez que se alimentou. Talvez descubra que não está com fome, e sim com vontade de comer. Nesse caso, o melhor é mudar o foco – ler um livro e passear com o cachorro são ótimas estratégias.
Reconheça a saciedade
Como já foi dito, ela avisa quando chega. O problema é que muitas pessoas não conseguem percebê-la. Uma maneira de mudar isso é dificultando o contato com as tentações. “Deixe as panelas no fogão e não na mesa. Dessa forma não continuará beliscando depois de satisfeita”, recomenda a nutricionista Heloísa Magalhães. Ficar batendo papo na cozinha também pode ser prejudicial, já que a tendência é comer sem se dar conta.
Escolha melhor o que comeMais importante do que contar calorias é escolher corretamente alimentos de vários grupos. Assim, garante-se uma alimentação saudável, mesmo que seja para perder peso. Como não existe alimento completo, costuma-se usar a pirâmide alimentar para basear as quantidades que se deve consumir de cada grupo por dia. Na base da pirâmide estão as fontes de carboidratos complexos, como cereais, raízes e tubérculos, massas e pães; no segundo andar, as hortaliças e frutas; no terceiro, leite e derivados, carnes, ovos e leguminosas e, por fim, no quarto nível, estão óleos, gorduras, açúcares e doces.
Cheque seu humor antes de comer
Em momentos de crise ou euforia, muitas pessoas se descontrolam e acabam abusando de alimentos nada saudáveis. O comportamento é compreensível, já que a alimentação é uma fonte fácil de prazer. O problema é quando a sensação de plenitude emocional só é alcançada depois de um banquete. “Aí é sinal de que a comida é mais do que fonte de energia e prazer: trata-se de uma válvula de escape emocional. Nesses casos, é interessante contar também com a ajuda de um psicólogo”, diz a nutricionista mineira Heloísa Magalhães.
Coma pouco várias vezes ao dia
Alimentar-se a cada três horas é uma das regras de ouro do emagrecimento saudável. Afinal, não dá oportunidade para a sensação de fome aparecer, reduzindo as chances de descontrole à mesa. “São porções menores, mas que ajudam a manter a saciedade”, diz Solange. Vale lembrar que esse hábito também ajuda o metabolismo a permanecer acelerado, o que favorece a queima de calorias extras.
Não coma vendo TV, lendo ou falando ao telefone
Qualquer atividade que tire as atenções do prato de comida deve ser evitada, pois quando não há consciência do que está sendo ingerido são grandes as chances de exagerar ou voltar a comer em poucas horas. Até os sabores dos pratos se perdem quando os sentidos não estão concentrados na alimentação. Isso certamente aumenta o risco de comer além da conta.
Fonte: Entrevista do CRN9 ao Portal IG.